Espiritualidade

Os discípulos e a vida no Espírito

Os discípulos foram surpreendidos pela ressurreição do Senhor, por isso, entre eles apareceram a dúvida e o medo, que foram superados unicamente pela presença do Ressuscitado e do Espírito Santo. Jesus encontrou os discípulos fechados no Cenáculo, ou pelo caminho, e foi desse encontro que renasceu a esperança.

A partir de Pentecostes, a Igreja experimenta de imediato fecundas irrupções do Espírito, vitalidade divina que se expressa em diversos dons e carismas, e variados ofícios que edificam a Igreja e servem à evangelização. Através desses dons, a Igreja propaga o mistério salvífico do Senhor, até que Ele de novo se manifeste no final dos tempos. O Espírito na Igreja forja missionários decididos e valentes, como Pedro e Paulo, indica os lugares que devem ser evangelizados e escolhe aqueles que devem fazê-lo” (DAp, 150).

Diversamente do que aconteceu com a torre de Babel, onde o povo se espalhou em meio à confusão, com o acontecimento de Pentecostes os discípulos se espalham para levar a Boa-Nova do Evangelho. A força do Espírito rompeu todas as barreiras, principalmente aquelas da cultura e da raça: “Ficaram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar em línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem. Achavam- se, então, em Jerusalém judeus piedosos de todas as nações que há debaixo do céu” (At 2, 4-5).

O Espírito que procede do Pai e do Filho, acompanha a Igreja em todas as suas atividades, e guia os caminhos da história, para que ela - a Igreja - permaneça fiel ao seu Senhor, encontrando sempre novas formas para anunciar o Evangelho. A assistência do Espírito também garante à Igreja a capacidade de discernir e ensinar sempre e em todos os tempos a verdade. Num mundo dilacerado pelo relativismo das ideias, que apresenta uma multiforme possibilidade de verdades, tantas vezes contraditórias entre si, os batizados precisam sempre mais da ajuda do Espírito.

A partir do Batismo, o cristão torna-se templo do Espírito e é cultivando essa relação que se pode chegar ao crescimento espiritual. A vida cristã é uma existência espiritual, uma vida guiada pelo Espírito para a santidade e perfeição do discípulo de Cristo. A graça do Espírito assiste o discípulo que vive no mundo, mas não é do mundo.

Portanto, cultivar a vida no Espírito é condição imprescindível para manter e confirmar a identidade do discípulo de Jesus. “Como discípulos de Jesus Cristo, sentimo-nos desafiados a discernir os ‘sinais dos tempos’, à luz do Espírito Santo, para nos colocar a serviço do Reino, anunciado por Jesus, que veio para que todos tenham vida e ‘para que a tenham em abundância’ (Jo 10,10)” (DAp, 33). O Sínodo da Arquidiocese de São Paulo será um tempo oportuno para um grande exercício da vida espiritual, pois o Espírito nos convida a testemunhar a nossa fé no tempo presente.

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