Espiritualidade

O modelo ‘anchietano’ de evangelizar

Entre os grandes santos celebrados no mês de junho está o Apóstolo do Brasil, São José de Anchieta. Ele nasceu nas Ilhas Canárias, região autônoma da Espanha, em 1534, foi ordenado sacerdote em 1566 e faleceu em 9 de junho de 1597.

Suas preciosas relíquias podem ser veneradas na bela Igreja São José de Anchieta, no Pateo do Collegio, no Centro Histórico de São Paulo.  Essa igreja, a primeira construção da cidade, erguida com pau a pique e folhas de palmeira, representa as origens desta grande metrópole. Naquela época, o Padre José de Anchieta  ainda era um noviço, cuja grande fé o transformaria num grande missionário. A igreja recebeu o título de São José de Anchieta no ano de 2014, por ocasião de sua canonização pelo Papa Francisco. 

Anchieta era, antes de mais nada, “um homem de Deus”, disse São João Paulo II; e o segredo de sua tão ampla e eficaz atividade missionária e de promoção humana era a sua fé. À semelhança de Paulo Apóstolo, demonstrava saber em quem acreditava: “Scio cui credidi...” (Discurso proferido aos bispos do Brasil do Regional Sul 1, em 17 de janeiro de 1986).

Homem de Deus, descobriu cedo que a força da missão está na graça de Deus que se obtém por meio da oração. Homem orante, com sua vida nos ensina que não merece o nome de evangelizador quem não se dedica à oração, porque será semelhante a um bronze que soa ou a um címbalo que retine (cf. 1Cor 13,1).

Alicerçado na fé, São José de Anchieta foi “evangelizador incansável, indicou o caminho da audácia missionária e a vontade de se aproximar de cada realidade cultural com a Boa Nova da Salvação” (Documento de Aparecida, 273). 

Com esse método, o Apóstolo do Brasil fez a diferença, dedicou-se com todo o fervor a transmitir a alegria de crer e anunciar com clareza a salvação em Jesus Cristo, enfrentando com sabedoria a escassez de meios, as longas distâncias e as diferenças culturais.  

Seu estilo de ser discípulo-missionário é uma grande luz para todos nós, evangelizadores empenhados na grande missão na cidade de São Paulo. Coerente na vivência da fé, incentiva-nos a rever os métodos para fortalecer essa fé preciosa; criativo no exercício da missão, convida-nos a aprofundar o caminho sinodal em vista da Nova Evangelização; totalmente entregue a Jesus Cristo, testemunha que, se faltar oração, não haverá missão.

Com fervor, honremos e, com audácia, valorizemos este grande Apóstolo do Brasil “tudo fazendo para que os batizados sejam mais filhos no Filho, mais irmãos na Igreja, mas responsavelmente missionários para estender o Reino” (Documento de Puebla, 459). Encomendemos, também, os nossos trabalhos sinodais na sua fase regional. Que todo este esforço de escuta e discernimento nos leve à tão desejada conversão missionária.

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