Espiritualidade

O dizimista no caminho de comunhão e renovação da paróquia

Estamos percorrendo o caminho sinodal, caminho de comunhão e renovação da Arquidiocese e da paróquia. No caminho de comunhão, precisamos denunciar junto ao Papa Francisco as várias formas de espiritualidade do bem-estar sem comunidade, por uma teologia da prosperidade sem compromisso fraterno, sem criar vínculos profundos e estáveis com uma comunidade de fé. 

Não deixemos que nos roubem a comunidade! “A verdadeira fé no Filho de Deus feito carne é inseparável do dom de si mesmo, da pertença à comunidade, do serviço, da reconciliação com a carne dos outros” (cf. Papa Francisco, Evangelii Gaudium, 88). 

O dízimo está profundamente relacionado à vivência da fé e à pertença a uma comunidade eclesial. “A Paróquia e as comunidades eclesiais são espaço para a vivência da unidade e da diversidade em que os cristãos leigos atuam como sujeitos e têm cidadania plena” (CNBB. Cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedade, n. 139). 

Quando bem compreendida, a fé leva o fiel a tomar parte nos vários aspectos da vida da comunidade, experiência profunda de comunhão que se exprime na imagem do corpo: “vós todos sois o corpo de Cristo e, individualmente, sois membros desse corpo” (1Cor 12,27); o próprio Cristo “é a Cabeça do corpo, que é a Igreja” (Cl 1,18) (CNBB. O dízimo na Comunidade de fé, 30).

O dízimo tem uma dimensão eclesial. Com o dízimo, o fiel vivencia sua consciência de ser membro da Igreja. Os dizimistas são chamados a viver como comunidade que seja sal da terra e luz do mundo (cf. Mt 5,13-16). São chamados a testemunhar, de forma sempre nova, uma pertença evangelizadora. 

Vamos renovar a paróquia. Todos somos corresponsáveis pela Igreja e chamados a contribuir generosamente com o dízimo para que a comunidade disponha do necessário para realizar o culto divino e para desenvolver sua missão; todos somos chamados a participar das atividades de evangelização, das Assembleias, dos Conselhos, Serviços e das ações em vista do sínodo arquidiocesano. 

Sejamos ousados. Vamos dizer não à onda do individualismo consumista, vamos nos comprometer ainda mais em acelerar o processo de animação e fortalecimento das comunidades, porque a “Comunidade que guarda os pequenos detalhes do amor e na qual os membros cuidam uns dos outros e formam um espaço aberto e evangelizador, é lugar da presença do Ressuscitado, que a vai santificando segundo o projeto do Pai” (Papa Francisco, Exortação Alegrai-vos e exultai, 145). 

 

Dom Sergio de Deus Borges
Bispo Auxiliar sa Arquidiocese
na Região Episcopal Santana

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