Encontro com o Pastor

Motivos de esperança

Chegado o término de mais um ano, é hora de avaliar e de fazer algumas considerações sobre o ano pastoral em nossa Igreja. Em âmbito universal, acompanhamos o dia a dia da Igreja, as catequeses semanais sobre os Mandamentos e as ações mais importantes do Papa Francisco e de seus colaboradores na Cúria Romana. Ele vai promovendo a reforma da Cúria, marcando com um novo espírito esse importante organismo de colaboração com seu “serviço petrino” em favor de toda a Igreja e da humanidade. 

Na comemoração do 5º aniversário do início do seu pontificado, no dia 19 de março, Francisco fez publicar sua Exortação Apostólica “Gaudete et Exsultate” (“Alegrai-vos e Exultai”), sobre o chamado à santidade e o mundo atual. O Papa apresentou novamente, como já fizeram vários de seus predecessores, a santidade como a vocação de todos os batizados e de todas as pessoas, mesmo não sendo cristãs, conforme a ordem divina: “sede santos, porque eu sou santo” (Lv 11,45; 1Pd 1,16). Francisco mostrou como as Bem-aventuranças do Evangelho são caminhos de santidade sempre atuais.

Em agosto, aconteceu o Encontro Mundial de Famílias, em Dublin, na Irlanda, e o Papa Francisco, com sua presença e suas palavras, encorajou as famílias a assumir seu papel insubstituível na vida de cada pessoa, da Igreja e da sociedade. Apesar das dificuldades e das mudanças culturais que a atingem profundamente, a família continua sendo um espaço fundamental de humanização, socialização e evangelização. Em outubro, foi celebrada em Roma a assembleia do Sínodo dos Bispos sobre o tema “juventude, fé e discernimento vocacional”. A reflexão sinodal mostrou a atenção especial que deve ser dada aos jovens na sociedade e na Igreja. 

No Brasil, foi celebrado o Ano Nacional do Laicato, destacando o papel importante dos cristãos leigos na vida e na missão da Igreja e na edificação do mundo, orientado pelo Reino de Deus. Em nossa Arquidiocese, o Ano do Laicato foi ocasião para diversas iniciativas, envolvendo numerosas organizações do laicato. A Igreja é o “povo dos batizados”, que seguem Jesus Cristo como discípulos e missionários do Evangelho do Reino de Deus no mundo.

Nossa Arquidiocese foi marcada, neste ano, pelo início do 1º sínodo arquidiocesano – “Caminho de comunhão, conversão e renovação missionária” para a Igreja nesta metrópole. Uma Comissão de Coordenação do sínodo trabalhou muito para “pensar o sínodo”, seu método e os conteúdos a serem trabalhados ao longo do ano.  Em 26 de fevereiro, foi celebrada solenemente a abertura do sínodo, com grande adesão do clero e lideranças das comunidades. Talvez nem todos estivessem convencidos, logo no início, sobre a importância e a viabilidade de um sínodo nesta arquidiocese inteiramente urbana. Aos poucos, porém, a adesão foi crescendo e, chegando ao final do ano, posso afirmar sem medo de errar: o sínodo está caminhando!

Foram quatro as ações mais marcantes do primeiro ano do caminho sinodal, previsto para três anos: as reflexões mensais de numerosos grupos sinodais nas paróquias e comunidades, mediante as quais foi proposta uma nova tomada de consciência sobre a realidade da Igreja em São Paulo, na sua base mais concreta: as paróquias, “comunidades de comunidades”, de grupos, famílias, pessoas, organizações pastorais e de vivência cristã. A cada reunião mensal, os numerosos grupos que se formaram respondiam a diversos questionamentos, a partir de sua percepção a respeito da vida da Igreja local. As respostas foram recolhidas pelas coordenações paroquiais do sínodo.

Outro passo importante do sínodo foi o levantamento paroquial, feito pelos párocos, sobre a situação objetiva da vida e dos serviços paroquiais de evangelização e pastoral. O levantamento ajudou a perceber melhor como as paróquias estão e onde há a necessidade de “conversão e renovação pastoral e missionária”. O terceiro passo importante do sínodo foi a pesquisa de campo, realizada em todas as 297 paróquias territoriais e suas numerosas comunidades. A pesquisa, com mais de 20 mil entrevistas com católicos e não católicos, recolheu uma grande riqueza de informações, que ajudará na reflexão do caminho sinodal que continua. O quarto passo do sínodo, neste ano, foram as assembleias paroquiais, que já promoveram, em três sessões distintas, uma primeira e importante reflexão sobre a realidade religiosa e pastoral de nossa arquidiocese.

Ainda temos um longo caminho sinodal a percorrer nos próximos dois anos. Este ano, no entanto, já se produziu uma importante percepção sobre a urgência de percorrermos o caminho proposto. E há esperança de muitos frutos. Queremos “ouvir o que o Espírito diz à Igreja” em São Paulo (cf. Ap 2-3) e o mesmo Espírito Santo nos guiará nesse caminho.
 

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