Terminado o mês de setembro, dedicado à Bíblia, iniciamos o mês de outubro, consagrado pela Igreja como mês missionário. Na dinâmica e na perspectiva de uma Igreja em saída missionária (EG 20), somos convidados pela Arquidiocese de São Paulo a trilhar um caminho sinodal à luz da Palavra de Deus que nos chama a um “Caminho de Comunhão, Conversão e Renovação Missionária”. É da escuta atenta à Palavra de Deus que nasce em nós o desejo de seguir e anunciar Jesus Cristo. Sem um contato assíduo com a Palavra de Deus e da vivência de seus sacramentos, em especial os da iniciação à vida cristã - o Batismo, a Penitência e a Eucaristia -, dificilmente conseguiremos discernir e realizar a vontade de Deus para nossa vida e dificilmente conseguiremos trilhar os caminhos do Senhor na prática do bem. 

Praticar o bem, seja na vida social, eclesial ou familiar, não depende tão somente da nossa boa intenção e justa vontade. É o próprio Deus que vem em auxílio da nossa fraqueza com a força e a graça do seu Espírito. Diz o Senhor: “Os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, e os vossos caminhos não são os meus caminhos” (Is 55,8). Os pensamentos do Senhor são de vida, de paz, de amor. Igualmente são os seus caminhos, caminhos de comunhão, de justiça, de vida. Nós, cristãos católicos, bispos, padres, diáconos, leigos e leigas, religiosos e religiosas, consagrados e consagradas, somos constantemente chamados a viver um compromisso intrínseco à vida cristã: o anúncio de Jesus Cristo, Filho de Deus (EG 111). A Igreja enquanto instituição querida e criada por Cristo, missionário do Pai, é toda missionária. Desta forma, também os seus filhos e filhas, nós cristãos batizados, somos, por vocação, missionários. Ser cristão é ser missionário, ou seja, ser aberto à acolhida do outro e pronto para sair ao seu encontro (EG 27). 

Neste tempo de sínodo arquidiocesano, ressoa em nossos ouvidos e cala forte em nossa alma o convite de Jesus: “Segue-me” (Mt 9,9): Seguir Jesus na prática do bem, sobretudo no atendimento dos mais pobres e necessitados; Seguir Jesus na vivência autêntica da comunhão fraterna, em especial com aqueles que pensam e vivem de modo diferente do nosso; Seguir Jesus na aceitação da mudança de nossas teorias e práticas, muitas vezes já desacreditadas e recusadas até mesmo por nós, mas ainda presentes no nosso dia a dia; Seguir Jesus no desejo e na coragem de tomar iniciativas, de realizar mudanças, de encarar o novo, apesar de desconhecido e incerto, mas tão necessário para o nosso crescimento.

Os caminhos do Senhor em tempos de sínodo arquidiocesano se fazem caminhando, a passos lentos, mas firmes e certos de que é o próprio Senhor quem caminha conosco e nos sustenta na fé. Para nós que cremos em Jesus Cristo, Filho de Deus, a fé nos anima na caminhada e nos leva a não ter medo, mas a confiar em Deus e naqueles que Ele coloca como guia de seu rebanho, a exemplo do Cristo, bom pastor (Jo 10,11). 

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