Comportamento

Formação humana, com certeza o melhor presente

Como pais, sempre estamos preocupados em fazer nossos filhos felizes! Com certeza, a felicidade é uma meta para todos e nos empenhamos em buscá-la sempre, mas, em tempos como estes, precisamos pensar seriamente: O que é felicidade? Que felicidade queremos oferecer aos nossos preciosos filhos? 
Gostamos de demonstrar amor, carinho, queremos proteger e cuidar deles, e isso é maravilhoso, mas novamente precisamos definir: O que é proteger, o que é cuidar, o que busca quem verdadeiramente ama?
Movidos por esses impulsos de proteção e de busca de felicidade, o que normalmente acontece é que oferecemos aos filhos experiências irreais, os poupamos das realidades um pouco mais duras, das pequenas frustrações, do contato com a dor. Presenteamos demais, atendemos demais, permitimos demais...
É claro que todos nós, pais, queremos o melhor para os nossos filhos – sem dúvida alguma. Mas, novamente, cabe questionarmos: O que é o melhor? Diante de tantas possibilidades e ilusões que esta vida pós-
-moderna nos oferece, o que verdadeiramente é o melhor a oferecer?
Educar requer, hoje mais do que nunca, muita reflexão, clareza de objetivos e determinação, pois o mundo oferece muitas possibilidades de “felicidade” rápida, imediata. Esse tipo de felicidade fácil nos ilude, e acabamos embarcando na corrente do: “eles” terão o resto da vida para passar por dificuldades, agora que são crianças vamos deixar que sejam felizes, que aproveitem! 
Sim, com certeza, a vida deles oferecerá muitos desafios, dificuldades, alguns obstáculos entre as muitas alegrias e realizações que também estarão presentes. Se, enquanto são pequenos, estão em período fértil de aprendizagens, não os formarmos bem, como enfrentarão as adversidades que surgirem? Que força terão para transpor os obstáculos e alcançar a imensa felicidade da conquista?
O maior presente que podemos oferecer aos nossos filhos é uma boa formação humana. É aquela formação que custa um trabalho árduo, constante, de verdadeiras formiguinhas. Trabalho que acontece na presença, na troca, na intervenção pontual de pais comprometidos com uma felicidade que não se alcança imediatamente, que é construída, muitas vezes, com atitudes firmes, com alguns “nãos”, com choros e insatisfações, com elogios oportunos, com metas conjuntas, com ajuda mútua. Formação que exige de nós a sabedoria de permitir que os filhos passem pelas pequenas frustrações que são necessárias, acompanhados por nosso otimismo e da certeza de que serão capazes de superar – sim, são mais capazes do que imaginamos e, com nosso suporte e aposta, com certeza se fortalecerão a cada pequena frustração que enfrentarem. Essa formação humana permitirá que sejam pessoas virtuosas, fortes, lúcidas, livres. Pessoas preparadas para a vida profissional, para constituir família, para conquistar os recursos financeiros que forem necessários para realizar seus projetos, enfim, que enfrentem a vida com o protagonismo e ética tão necessários e tão escassos hoje em dia! 
Neste mês em que celebramos o Dia das Crianças, vamos nos dedicar a pensar em que tipo de formação estamos oferecendo aos nossos filhos? Será que estamos muito preocupados com o Enem, com outras línguas, intercâmbios, e estamos deixando de lado aquilo que os norteará até mesmo para que possam aproveitar bem todas essas possibilidades e experiências? 

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