Encontro com o Pastor

Espírito Santo

A festa solene de Pentecostes é ocasião propícia para renovarmos nossa fé na ação do Espírito Santo em nós, na Igreja e no mundo. Jesus prometeu o Espírito Santo aos apóstolos como consolador nas aflições, defensor nas perseguições, luz e discernimento para as escolhas certas, fecundidade na pregação do Evangelho. Jesus prometeu aos apóstolos que continuaria agindo no mundo através do Espírito Santo.

Com a ajuda preciosa do Espírito de Cristo, os apóstolos puseram-se a pregar o Evangelho com autoridade e coragem e os frutos foram aparecendo. A Igreja nascente foi agregando povos na mesma fé, conseguiu superar as dificuldades iniciais, resolver suas dúvidas e levar avante a obra da evangelização. No encontro com as culturas diversas, conseguiu manter a unidade e a autenticidade da fé apostólica e superar os desvios doutrinais.

A ação do Espírito Santo deu coragem e paciência aos mártires e foi suscitando a santidade, que se expressou nas múltiplas formas da vida segundo o Evangelho, quer na família e na vida laical, quer na vida consagrada e religiosa. Santos pastores e doutores da fé aprofundaram os caminhos da vida cristã e sua relação com a vida cotidiana, ensinando-os ao povo; santos místicos, monges e eremitas foram explicitando, pela sua vida contemplativa, as riquezas da esperança cristã; santos missionários e educadores alargaram as fronteiras do cristianismo e nele envolveram os povos e as novas gerações. Santos mártires, em todos os tempos, testemunharam com o próprio sangue o valor da fé cristã, mais preciosa que a vida neste mundo.

 O Espírito Santo renova continuamente a Igreja e suscita sempre energias novas diante de situações diversas, não permitindo que se torne como planta seca e sem vitalidade. A ação misteriosa do Espírito de Cristo conduz a humanidade e a Igreja na direção justa, na realização do bem comum. Mesmo quando uma crise momentânea faz pensar no inverso frio e árido, o Espírito de Deus faz surgir a primavera portadora de nova vitalidade. Basta o homem não resistir, ou agir contra o Espírito de Deus.

Estamos para iniciar a celebração de um sínodo na arquidiocese de São Paulo, como caminho de conversão e renovação da Igreja em nossa Metrópole. As mudanças que os tempos trazem na cultura, nas situações sociais e religiosas desafiam-nos a fazermos uma grande avaliação sobre a nossa ação evangelizadora e pastoral, para agradecer a Deus por tudo o que de bom o Espírito Santo já suscitou e continua a suscitar na Igreja em São Paulo. Ao mesmo tempo, o sínodo será ocasião para uma avaliação sincera e lúcida, que nos ajude a perceber melhor nossas falhas, as lacunas e as deficiências na vida e na ação de nossas comunidades e organizações eclesiais.

Queremos discernir sobre a realidade da nossa Igreja na Metrópole paulistana, à luz do Evangelho e deixando-nos conduzir pelo Espírito de Deus. As deficiências e insuficiências da nossa ação eclesial deverão nos levar à necessária conversão pastoral, da qual falou a Conferência de Aparecida, em 2007, e o Papa Francisco também tratou na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium. Queremos estar atentos aos “sinais dos tempos” e deixar-nos conduzir pela ação do Espírito, o único que é capaz de renovar e revigorar a Igreja.

Tantos fatos e situações novas envolveram nossa Igreja no passado recente: a entrada no novo milênio, o ensinamento dos Papas recentes e do Papa Francisco, em particular; a Conferência de Aparecida, as mudanças religiosas, as situações sociais e culturais em rápida mudança. Tudo isso diz alguma coisa para nosso modo de realizar a vida e a missão da Igreja em São Paulo? O sínodo arquidiocesano deverá ajudar-nos a corresponder de forma mais adequada à vida e à missão da Igreja em nosso tempo, e dele deverão sair diretrizes que ajudem a realizarmos bem a vida eclesial nos próximos anos.

É indispensável que invoquemos com muita fé a ajuda do Espírito Santo para a realização e o bom fruto do sínodo. Com a sua ajuda, compreenderemos mais facilmente os apelos de Deus e saberemos buscar, unidos e num só coração, o bem da Igreja em nossa Cidade. Será ele o agente principal e nós seremos seus colaboradores. Com sua ajuda, poderemos esperar bons frutos da realização do sínodo arquidiocesano de São Paulo.

Para pesquisar, digite abaixo e tecle enter.