Cultura

Eneida

“‘Eneida’ quer dizer ‘gestas de Eneias’, o mítico herói troiano que após a derrota para os gregos navega a ocidente para estabelecer na Itália as bases de Roma, a Troia renascida. Em 12 livros, narram-se os últimos dias da cidade, invadida com o expediente do cavalo de madeira e logo incendiada; narram-se a fuga de Eneias, conduzindo o pai, Anquises, e Ascânio, o filho; as errâncias por mar até chegar à Itália; a guerra contra os povos itálicos; e a vitória final. Começou a ser escrita em 29 a.C. – logo após Otaviano Augusto derrotar Marco Antônio na batalha naval de Áccio na Grécia, tornando-se único senhor do Império – e foi publicada pelo imperador dez anos mais tarde, logo após a morte de Virgílio (...).

De tudo que importa dizer aqui sobre Virgílio, e em particular sobre a Eneida, é oportuno, antes de mais nada, lembrar que o poeta e este poema são “clássicos” na acepção daquilo que é, em primeiro lugar, escolhido para leitura e audição e, depois, como modelo a imitar. Mesmo antes da morte do poeta, excertos da Eneida eram lidos no âmbito privado e recitados em bibliotecas para um público de adultos; e, assim que publicada, a Eneida passou a ser ensinada aos jovens nas escolas – o que implica dizer que o poema era preferido, era ‘clássico’ para todos os estratos do público do tempo. A Eneida, com perdão do anacronismo, era então um hit. (...). 

A Eneida é clássica porque a imitaram poetas da própria latinidade, é certo, mas também porque a imitaram poetas que se tornaram, eles mesmos, clássicos em alguns dos principais idiomas do Ocidente. Por mais que ela pressuponha a Ilíada e a Odisseia homéricas, que lhe foram os modelos mais notórios, por quanto também dependa das menos conhecidas Argonáuticas, de Apolônio de Rodes (século III a.C.), que lhe foram, porém, como veremos, modelo mais próximo, é no poema de Virgílio que se miraram Dante Alighieri, que faz de Virgílio guia do poeta da Divina Comédia; Ludovico Ariosto, no Orlando furioso; Torquato Tasso, na Jerusalém libertada; John Milton, duplamente, no Paraíso perdido e no Paraíso reconquistado, e, enfim, este Camões, também nosso, porque não menos nos pertence a língua d’Os Lusíadas.” (João Angelo Oliva Neto). 

Provavelmente, o maior clássico da literatura ocidental, numa tradução de qualidade e acessível, em edição bilíngue, para os amantes do Latim.

Imagem de divulgação

FICHA TÉCNICA:

Autor: Virgílio
Páginas: 896
Editora: Editora 34

 

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