Fé e Cidadania

Em desagravo à Nossa Mãe Aparecida!

A caridade cristã ao longo dos séculos continua sendo a reposta para circunstâncias de difícil solução. O amor de Cristo permanece na Igreja Católica como modelo para o acolhimento, perdão e reconciliação de situações de profunda agressão aos seus fiéis, a seus santos e ao próprio Deus. Nascida pela cruz, a Igreja tem suportado, além dos três primeiros séculos de martírio brutal, uma constante perseguição na sua história. Ainda nos dias de hoje, embora pouco divulgado, os católicos são perseguidos e martirizados. No entanto, a cruz não implica, muito pelo contrário, uma passividade raquítica e covarde, mas exalta o sentimento de justiça que deve conduzir, com fortaleza, a fé e a esperança de seus fiéis.

Nos últimos tempos, de modo particular nesta Terra de Santa Cruz, tem se chegado ao extremo da agressão, por todos os meios de comunicação, aos princípios da moral católica. A intolerância religiosa e o ataque à fé cristã estão continuamente à disposição por meio da distribuição farta de filmes, telenovelas, programas e propagandas, que escancaradamente esbofeteiam a face cristã com cusparadas. Buscam, pelo poder econômico, encontrar caminhos que tornam essas agressões manifestações da liberdade da arte e da imprensa, num estado que deve ser laico. Assim, tudo é amplamente divulgado, e pior, considerado dentro da lei. E, por vezes, essas profanações grotescas são premiadas como manifestações da “genialidade artística”.

Dentre tantos exemplos, deve chamar a atenção um vídeo que tem circulado na internet, exatamente no mês de outubro, a respeito de Nossa Senhora. Quando é comemorada, por milhões de brasileiros, a festa da Padroeira do Brasil por seus 300 anos de aparição, é necessário conviver com o uso da imagem da Mãe de Deus em uma doentia alusão à manifestação de arte, justificada por uma argumentação de intolerância racial e banalização do sagrado, naquilo que denomina uma performance num ritual, apresentada por um denominado professor de Arte chamado Antônio Oba. Não é possível ocultar o nome, que já está alarmado aos quatro cantos. E não se falta à ética, ou se faz difamação, quando se afirma verdade já de conhecimento público, cuja divulgação foi desejada pelo próprio empreendedor de um projeto, no mínimo, obsceno, além de criminoso.

Como é possível enxovalhar-se o ser humano de modo tão perverso e profano!? “Senhor Deus dos desgraçados! / Dizei-me vós, Senhor Deus/ Se é loucura... se é verdade/ Tanto horror perante os céus?!” (Navio Negreiro, Castro Alves).

A sociedade laica não pode sustentar-se quando todos se manifestam sem respeitar limites. Isso é uma sociedade caótica e condenada a rápida deterioração. E se o indivíduo não tem capacidade de discernimento, corrigi-lo não é censura, mas garantia da ordem pública.

Basta! Que ao menos se cumpra a lei (“Vilipêndio de objeto de culto religioso”, artigo 208 do Código Penal Brasileiro) por dever de Estado, para salvaguardar a sociedade. E que se reze, intensamente, em desagravo a essa ofensa a nossa querida Mãe.

 

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