Editorial

Em defesa das mulheres

A defesa da vida humana não é uma questão moral recente. Desde a história antiga, o ser humano se preocupa em procurar os verdadeiros conceitos morais que possam levá-lo a sua plenitude. No famoso juramento de Hipócrates, datado de cinco séculos antes de Cristo, e usado até hoje na formatura de todos os médicos, há um parágrafo dedicado ao direito a vida: “A ninguém darei por comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que induza a perda. Do mesmo modo, não darei a nenhuma mulher uma substância abortiva.” No entanto, periodicamente, retoma-se a discussão sobre os direitos da criança intrauterina, com o objetivo de tentar legitimar a interrupção voluntária da gravidez. 

É praticamente impossível convencer uma mãe ou mesmo a sociedade de que seja legítimo matar uma criança no ventre materno. Haja vista a pesquisa que mostra que 86% dos brasileiros são contrários ao aborto. Para tornar esse ato menos aterrorizante, é necessário esconder a verdade comprovada pela ciência e pela moral cristã, além de usar estratégias que amplifiquem a opinião de poucos. 

 O argumento mais usado no Brasil é a relativização temporal do conceito de vida. Atribuiu-se, arbitrariamente, que a criança com menos de 12 semanas não é um ser humano vivo, justificando, assim, que abaixo dessa idade tudo seria permitido. Mas não é o que a ciência nos mostra, seja por dados experimentais, seja por raciocínio lógico. 

A evolução dos exames de imagem e genéticos nas últimas décadas permitiu estudar a criança intrauterina e confirmar o que nos foi revelado na Criação. Consegue-se observar por meio da ultrassonografia que um embrião com apenas dois milímitros de comprimento apresenta batimentos cardíacos. Por esse mesmo método, já se vê movimentos dessa criança com apenas 6 a 8 semanas de vida.

O estudo da genética permitiu ir além. Técnicas de estudo de DNA comprovaram que um embrião de apenas uma única célula contém todo material genético que permitirá formar um ser humano adulto na sua plenitude. Com isso, ficou claramente comprovado que o embrião com apenas uma célula é um novo ser, que apenas recebe do útero materno alimento e proteção por nove meses.

Com essas descobertas científicas, todos argumentos pró-aborto perderam o sentido, já que esta pequenina criança de apenas uma célula já é um novo ser humano, inclusive isolado imunologicamente da mãe, cujo sistema de defesa o reconhece como estranho. Não é simplesmente um pedaço do corpo da mãe e não é um ser inanimado que, por um passe de mágica, transforma-se em uma criança ao passar pelo canal do parto. Portanto, não faz sentido atribuir-lhe diferentes graus de dignidade de acordo com sua idade gestacional.

A violência do aborto não fica restrita à criança. As mulheres que o provocam relatam em mais de 75% dos casos um sentimento de dor próximo ao procedimento e têm probabilidade duas vezes maior de desenvolver depressão grave após esse terrível ato.

Portanto, se queremos salvaguardar a dignidade e defender os direitos de todas as mulheres na sociedade, precisamos defender os direitos das crianças na sua vida intrauterina, e dar todo o suporte para que as mães, muitas vezes fragilizadas por uma deficiência na estrutura familiar, possam deixar seus filhos nascerem, lembrando que todos nós, inclusive os ativistas pró-aborto, já fomos fetos de 12 semanas.  

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