Bioética e defesa da vida

Bioética em tempos de 'pós-verdade’!

Pós verdade foi eleita palavra do ano 2016 pelo dicionário 'Oxford', da prestigiosa Universidade de Oxford (Inglaterra) que que anualmente elege uma palavra nova para a língua inglesa. A de 2016 é no original inglês 'post-truth', ou seja 'pós-verdade'.          

Em 2015, a palavra escolhida foi um Emoji – mais especificamente, aquela carinha amarela que chora de tanto rir. Na verdade, não é uma palavra, mas uma imagem, de origem japonesa, composta pela junção dos elementos e (imagem) e moji (letra), e é considerado um pictograma ou ideograma, ou seja, uma imagem que transmite a ideia de uma palavra ou frase completa. Atualmente, os Emojis são muito populares nas redes sociais, principalmente no Facebook e em comunicações de troca de mensagens rápidas, como o aplicativo WhatsApp. Já diz o ditado popular que “uma imagem vale mais que mil palavras”. Mas voltemos ao neologismo 'pós-verdade'.

O Dicionário Oxford, além de eleger o termo, definiu 'pós-verdade' como sendo “um adjetivo que se relaciona ou denota circunstâncias nas quais fatos objetivos têm menos influência em moldar a opinião pública do que apelos à emoção e a crenças pessoais”. Segundo a Oxford Dictionaries, o termo “pós-verdade” foi usado pela primeira vez em 1992 pelo dramaturgo sérvio-americano, Steve Tesich, num ensaio para a revista The Nation. Em 2004, o escritor norte americano Ralph Keyes, introduziu-o no título de seu livro “A era da pós-verdade: Desonestidade e decepção na vida contemporânea”. Mas quem mais ajudou para a sua divulgação e popularização mundial foi a revista The Economist, desde quando publicou em setembro de 2016, o artigo 'A arte da mentira'.

Na matéria de The Economist, o mundo teria entrado na 'era política da pós-verdade', especialmente depois que os britânicos ignoraram os alertas sobre o 'Brexit' e votaram por deixar a Comunidade Europeia, e os americanos desprezaram das graves advertências sobre Donald Trump, elegendo-o como Presidente Norte-americano. A tese da revista The Economista é que a pós- verdade se disseminou por culpa da internet e das redes sociais. “A fragmentação das fontes noticiosas criou um mundo atomizado, em que mentiras, rumores e fofocas se espalham com velocidade alarmante”, diz a publicação. “Mentiras compartilhadas online, me redes cujos integrantes confiam mais uns nos outros do que em qualquer órgão tradicional de imprensa, rapidamente ganham aparência de verdade”. Não podemos esquecer uma frase dita pelo chefe da propaganda nazista, Joseph Goebbels: “Uma mentira repetida mil vezes vira verdade”. Entre nós, brasileiros, o escritor Millôr Fernandes, afirmava que “o perigo da meia verdade é você dizer exatamente a metade que é a mentira” (A Bíblia do caos).

O neologismo “pós -verdade” tem sido empregado com alguma constância há cerca de uma década, mas ultimamente houve uma aceleração espantosa no uso desta expressão, que cresceu 2.000% em 2016. O Google registra mais de 20,2 milhões de citações em inglês, 11 milhões em espanhol e 9 milhões em português, somente para termos uma ideia de seu sucesso.

 “Dado que o uso do termo pós-verdade não mostrou nenhum sinal de desaceleração, eu não ficaria surpreso se ‘pós-verdade’ se tornasse uma das palavras definidoras dos nossos tempos”, afirma Casper Grathwohl – Presidente da Oxford Dictionaries. Este novo neologismo, não seria exatamente o culto à mentira, mas a indiferença com a verdade dos fatos. Eles podem ou não existir, e ocorrer ou não da forma divulgada, que tanto faz para as pessoas, pois não afeta os seus julgamentos e preferenciais pessoais consolidadas.

Mas não podemos nunca deixar de buscar a sempre a verdade, pois como nos disse o nosso Mestre, “buscareis a verdade e a verdade vos libertará”.

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